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"Vamos Comprar um Poeta" e um mundo onde o capitalismo consegue ser ainda pior (Resenha)

Atualizado: 22 de ago. de 2021

Sabe aqueles livros que fazem refletir, emocionam, divertem e ainda deixam um quentinho no coração? Foi assim que me senti após a leitura de “Vamos Comprar um Poeta” do autor português Afonso Cruz.


A história se passa em uma realidade na qual o mais importante é o valor financeiro (talvez você se questione qual a diferença da nossa, aqui e agora, mas sim, pense num “hoje” piorado, e você chega no que vemos na obra). As pessoas compram artistas como se fossem bichinhos de estimação para rir de suas excentricidades, que parecem não fazer sentido algum.


Até que começam a fazer.


Acompanhamos uma família que decide comprar um poeta, e como a presença dessa figura em suas vidas vai aos poucos modificando a forma como compreendem o mundo ao seu redor.


Afonso Cruz consegue abordar várias nuances do capitalismo, desenvolvendo até mesmo uma linguagem própria, toda baseada em termos financeiros. Ele nos mostra a importância que pensar, imaginar e questionar têm para nós, e como nossas vidas se tornam vazias quando tudo é medido por sua produtividade e valor pecuniário.


O tratamento dado ao poeta nos mostra, indiretamente, uma crítica a como algumas pessoas tratam seus pets, e alguns questionamentos sobre gênero também dão as caras de forma bem natural.


Aproveito para dar uma dica: dia 21/05 a Editora Dublinense vai fazer um encontro online para conversar sobre a obra, e o livro está com desconto no site. É só utilizar o cupom clubedubli (ou dubliclube, pois é uma editora que respeita as pessoas confusas e distraídas)!


Título: Vamos comprar um poeta

Autor(a/e): Afonso Cruz

Ano de publicação: 2016

Editora desta edição: Dublinense





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