Dizem que quem é vivo sempre aparece. Mandando a real, no meu caso, mesmo estando muito viva, eu só apareço de vez em quando, estou ciente, quero continuar.
A pandemia tem me deixado meio fora do ar para algumas coisas. Eu até tenho lido muito, mas escrever sobre essas leituras não está sendo fácil. Para acompanhar mais as minhas leituras em tempo real, recomendo seguir lá no Instagram, onde eu sempre posto minhas impressões ao fim da leitura nos stories.
Mas hoje eu vim falar sobre um dos livros mais lindos que eu li em julho: O Jardim Secreto, de Frances Hodgson Burnett.
A adaptação para o cinema de 1993 (ano que eu nasci) é uma daquelas recordações boas da infância que a gente carrega para a vida toda. Junto com A Princesinha, adaptação de 1995 de outra obra da autora, me lembra os tempos em frente à televisão assistindo a Sessão da Tarde.
Eu tenho na mente uma lembrança (talvez equivocada, já que faz muitos anos que não vejo) de uma atmosfera mais sombria no filme, e fiquei bem surpresa ao não encontrar algo assim no livro. A obra foi um verdadeiro raio de sol atravessando as nuvens da tempestade na qual estamos vivendo nesse momento.
Na história, Mary, uma criança que vivia na Índia com os pais ingleses (mas meio que se criando sozinha e pelos empregados) sofre um revés e é obrigada a ir para a Inglaterra viver em uma enorme mansão no campo que pertence a seu tio, na qual reina um clima de tristeza forjado por trágicos acontecimentos do passado. Mas não há nada como o ar do campo e as belezas da natureza para curar qualquer dor.
A obra não possui grandes reviravoltas. Vamos acompanhando o desenvolvimento do jardim abandonado como uma espécie de metáfora para outras coisas que vinham sendo negligenciadas nos personagens ou por eles, e que, junto com ele, também voltam a florescer.
Apesar de ser um clássico da literatura infantil, ele é capaz de aquecer o coração de qualquer adulto. É uma história sensível, delicada e emocionante, com um certo toque de fantasia, sobre o quanto atenção, carinho e alegria podem transformar não apenas um jardim, mas também pessoas, principalmente uma criança!
Fiz a leitura na edição do Instituto Mojo, que além de ser capa dura inclui lindas ilustrações e uma tradução muito bem-feita. Caso ainda não conheça a iniciativa, falei mais a respeito no meu post sobre Pinocchio. Vocês também podem visitar o site do Instituto Mojo, onde o e-book da obra está disponível gratuitamente, e o Instagram para saber mais!
Título: O Jardim Secreto
Autor(a/e): Frances Hodgson Burnett
Ano de publicação: 1911
Editora desta edição: Instituto Mojo
Tradução: Ricardo Giassetti
Ilustrações: André Ducci