A prosa desconstruída de Aline Bei em "Pequena Coreografia do Adeus" (Resenha)
- crisnacaroline
- 9 de jun. de 2021
- 1 min de leitura
Atualizado: 22 de ago. de 2021
❝[...] eu só queria continuar tentando
e continuar
tentando
já que o exercício
da Busca
me proporcionava o lugar mais acolhedor que eu tinha habitado até ali.❞

"Pequena Coreografia do Adeus", de Aline Bei, é uma obra sobre o relacionamento entre pais e filhos, mas também sobre como os problemas entre os primeiros afeta os últimos, no caso a filha, Júlia, narradora da história, que cresceu em tendo que lidar com a falta de carinho da mãe e de atenção do pai.
O adeus do título pode se referir a muitas coisas que acontecem durante a narrativa, desde de literalmente perder alguém até perder a ingenuidade da infância muito antes do esperado. Júlia sofre um relacionamento abusivo com a mãe, que é repleto de violência e molda, em grande parte, a sua maneira de ver o mundo e se relacionar com as outras pessoas.

A leitura é realmente como assistir uma dança ao longo da vida, na qual vai se aprendendo a permanecer de pé mesmo em meio a tantas perdas.
Foi meu primeiro contato com a escrita da Aline, e me surpreendeu positivamente. A prosa dela é experimental, desconstruída, escrita de um jeito que eu nunca tinha lido antes (conforme vocês podem ver no trecho acima), e o resultado parece poesia.
A obra foi lida em uma cópia antecipada disponibilizada na Net Galley e, posteriormente, recebida em parceria com a Companhia das Letras.
Título: Pequena coreografia do adeus
Autor(a/e): Aline Bei
Ano de publicação: 2021
Editora desta edição: Companhia das Letras
Commentaires