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"Acorda pra vida, Chloe Brown": um romance levemente hot com representatividade (Resenha)

Eu não sou uma pessoa muito chegada a livros com histórias românticas, em geral, acho muito clichês, mas quando leio costuma ser divertido e relaxante.


E "Acorda pra vida, Chloe Brown", de Talia Hibbert, acabou me surpreendendo bastante.



Após quase sofrer um grave acidente, Chloe percebe que há muitas coisas que ela ainda quer fazer na vida, e cria uma lista para começar a cumpri-las. É assim que ela acaba indo morar no prédio em que Red trabalha como zelador. Mesmo que, aparentemente, os dois não se batam, concordam em se ajudar, e daí pode surgir uma amizade, um romance e um processo de autodescoberta para ambos.


A obra me pegou de surpresa, primeiramente, porque a personagem principal tem fibromialgia, uma síndrome que causa fraqueza e dor generalizada, principalmente muscular, bem como fadiga, problemas do sono, de memória e de foco, entre outros. Ainda se fala pouco a respeito, fazendo com que quem a têm muitas vezes sofra com o julgamento de pessoas que acham que a dor não é real. Uma coincidência interessante é que finalizei a leitura em 12 de maio sem saber que é o Dia Mundial de Conscientização da Fibromialgia. Isso me incentivou a pesquisar mais a respeito, e eu convido vocês a lerem um pouco sobre o tema aqui e aqui.


Porém, o livro também aborda outras questões importantes, traz representatividade nos personagens e desconstrói alguns estereótipos através de suas trajetórias. Chloe é uma mulher negra que vem de uma família muito rica. Nem por isso a obra se esquiva de mencionar, mesmo que rapidamente, que a personagem sofre com o racismo. Red é ruivo, pobre (se comparado a Chloe) e carrega o trauma por causa de um relacionamento abusivo, tema que, geralmente, costuma focar em nós, mulheres. É compreensível, já que questões culturais nos levam a sofrer mais frequentemente com essa situação, e é justamente por isso que é importante lançar luz sobre a possibilidade de, não apenas homens, mas qualquer pessoa em um relacionamento, heteronormativo ou não, também sofrer com parceires tóxicos. É importante frisar também que Chloe não é magra nem alta, e isso não afeta nem sua autoestima, nem a atração que Red sente por ela.


É uma obra com um enredo sem grandes reviravoltas, mas tem como foco o crescimento e a superação dos dois personagens. É uma jornada de autoconhecimento, tanto em relação a eles próprios, quanto a suas vidas amorosas. Ela tem algumas cenas de sexo, e sim, são bem detalhadas, mas não é sobre isso, então eu não chamaria de hot. Porém, pessoalmente, pelo teor geral da obra, eu preferiria que tivessem sido menos explícitas.


Não foi um livro que amei, talvez até por não ser muito meu estilo, mas foi uma leitura agradável e divertida que me ganhou por sair um pouco dos clichês do gênero.


E olha só essa novidade! Agora eu estou também lá na Twitch com lives de foco nas quais falo sobre desenhos e leituras. Aproveitem os sprints para focar na leitura, no trabalho, nos estudos, ou pra desenhar também! Me segue lá no canal pra ficar sabendo todas as informações de data e horário das lives.


Título: Acorda pra vida, Chloe Brown

Autor(a/e): Talia Hibbert

Ano de publicação original: 2019

Ano de publicação desta edição: 2021

Editora desta edição: Paralela

Tradução: Lígia Azevedo


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