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Você já ouviu falar em Steampunk? Vem conhecer "Viajantes do Abismo" (Resenha)

Atualizado: 21 de ago. de 2021

Eu amo steampunk. Eu AMO absolutamente TUDO a respeito, inclusive a estética. Ok, talvez principalmente a estética. Queria ser uma daquelas pessoas que tem coragem (e dinheiro) para fazer figurinos lindos e objetos super elaborados, tipo capinha de celular ou luminárias. Deixei claro o suficiente o quanto eu amo Steampunk? Não? Espia essa pasta que eu tenho no meu Pinterest!

Para quem não conhece, trocando em miúdos, o Steampunk é um subgênero da ficção especulativa que mescla o passado e o futuro, principalmente em relação à tecnologia. O resultado é cientificamente futurista e esteticamente vintage, já que tem como principal elemento a tecnologia à vapor (em inglês, “steam”).


Normalmente as histórias se passam entre a metade do século XIX e o início do século XX, e são bastante influenciadas por obras de autores pioneires da ficção científica, como Mary Shelley, Jules Verne e H.G. Wells. Por esse motivo, muitas obras podem recair também no subgênero da história alternativa, porém também podem representar um futuro indeterminado, que pode ser distópico ou pós-apocalíptico, por exemplo, no qual o desenvolvimento tecnológico foi antecipado.


Esse artigo cita uma fala do poeta e romancista canadense Douglas Fetherling, na qual afirma que:

“Steampunk é um gênero que imagina como o passado poderia ter sido se o futuro tivesse chegado mais cedo.”

E eu acho que não poderia ter sido melhor colocado.


Apesar de existirem obras de steampunk escritas nas décadas de 1960 e 1970, o termo foi cunhado pelo autor K.W. Jeter, em uma carta à revista Locus no final da década de 1980, na qual tentava dar um nome ao estilo de obras escritas por ele próprio e alguns outros autores.


Algumas obras do gênero:

Infernal Devices (K.W. Jeter – 1987)

The Difference Engine (William Gibson e Bruce Sterling – 1990)

Fronteiras do Universo (Philip Pullman – 1995)

Máquinas Mortais (Philip Reeve – 2001)

Leviatã (Scott Westerfeld – 2009)

O Protetorado da Sombrinha (Gail Carriger – 2009)

As Peças Infernais (Cassandra Clare – 2010)


Infelizmente eu leio bem menos do que gostaria (inclusive, aceito indicações), mas ano passado recebi uma indicação de um livro nacional, disponível no Prime Reading e no Kindle Unlimited, e lógico que eu precisava ler.


Viajantes do Abismo

“Viajantes do Abismo” é uma obra escrita pela autora brasileira Nikelen Witter e publicada pela Avec Editora.


Na obra, os desertos estão avançando, tomando conta de tudo e destruindo as florestas e quaisquer campos férteis. Criminalidade e conflitos políticos complementam o cenário e impedem que algum tipo de atitude seja tomada a respeito. Elissa é uma curandeira vivendo em uma cidade importante no centro da guerra civil que está para estourar na Tríplice República. Ela acaba sendo arrastada para a tensão política de seu país e precisa tomar uma difícil decisão sobre seu envolvimento nessa batalha.


O livro é cheio de aventura, ação, romance, mas tem críticas pertinentes e, claro, bastante atuais em relação à política, ao descaso com o meio ambiente, problemas sociais, dentre tantas outras coisas.


A escrita da autora é agradável, os personagens são bem escritos e ainda trazem uma boa dose de diversidade. O encadeamento das ações me deixou o tempo inteiro curiosa para saber o que ia acontecer em seguida. Além de tudo isso ainda tem o diferencial de ser uma obra maravilhosa de ficção científica escrita por uma mulher brasileira.


Recomendo tanto para quem já ama ficção científica e Steampunk, quanto para quem quer descobrir.


E fiquem de olho! Em breve sai resenha de uma trilogia Steampunk que eu AMO por aqui!


Título: Viajantes do Abismo

Autor(a/e): Nikelen Witter

Ano de publicação: 2019

Editora desta edição: Avec




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